terça-feira, 6 de março de 2012

VIOLÊNCIA EM ALTAMIRA

                                                                                              por: Jacylene Barbosa Souza


O município de Altamira apresenta um longo histórico de casos de violência, seja resultante de disputas por terra, em razão de atividades comerciais e mesmo de crimes mais passionais, ligados ao cotidiano de seus habitantes. No entanto, com a instalação da obra da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, verifica-se um aumento significativo dos casos de violência. Segundo o portal do BNDES, a taxa de criminalidade subiu 28% de 2010 para 2011. A tendência, ao que tudo indica, segundo autoridades policiais e segundo a própria percepção da população de Altamira, é de que esses números aumentem ainda mais com o crescente fluxo de pessoas que chegam à cidade. Somado a esses fatores locais temos uma conjuntura nacional, onde se criam leis que favorecem bandidos e a própria prática de crimes, como a Lei 12.463/2011 que estabelece fiança para alguns delitos. 
Segundo o delegado Sr (o) Carlos Augusto Lettieri, a criminalidade de Altamira vem de longa data, mas constata que o aumento do contingente populacional faz aumentar proporcionalmente a criminalidade. Ele considera que “a implantação da UHE Belo Monte venha a contribuir com o aumento da violência”. O delegado analisa que, a obra da UHB atrairá pessoas de todos os lugares em busca de um emprego, mas que em contrapartida, a cidade “não tem suporte educacional, cultural e infra-estrutural para abrigar tantas pessoas”.  Avalia ainda que grande parte desse inchaço populacional, será composto por pessoas com uma qualificação não muito elevada,  desempregada e que “não terá alternativa de moradia, renda, educação e lazer, o que pode ser conseqüência para crescimento da violência”. 
Ainda segundo o delegado Carlos Augusto Lettieri, os registros de ocorrências que mais tem aumentado em Altamira “são de ameaças, furto, roubo e violência contra mulher”, destacando-se dentre esses as ameaças.
Quando questionado sobre a nova Lei 12463/2011, que dificulta prisão preventiva e estabelece fiança, o delegado diz considerar que esta  é, em sua opinião, uma continuidade da Lei 9.099. “Em minha opinião essa nova lei contribui para o aumento da impunidade, pois as pessoas que cometem crimes e são pegas em flagrante não podem mais ser presas imediato. Essas pessoas vão até a delegacia para preencher uma ficha e depois são liberadas outras comentem pequenos delitos e através do pagamento de fiança são liberadas”. O delegado complementa sua analise considerando que a nova lei tem como uma de suas funções, esvaziarem os presídios, hoje superlotados. O delegado diz ser contra a nova lei pois considera que ao invés de diminuir a violência, faz ela aumentar. “Em minha opinião isso é mais uma forma das autoridades adquirirem dinheiro, pois se uma pessoa mata outra o dinheiro que resolve isso é um incentivo para o crime. O país estar precisando é de mais policiais para proteger a população”.



A VOZ DO POVO
Miguel A. M. Pimentel


 Segundo o Sr (o) Miguel a violência já existia antes mesmo da construção da obra de Belo Monte, mas que a tendência é aumentar. Em sua opinião “a criminalidade é praticada principalmente pelos mais jovens, pois não á projetos sociais que envolvam a juventude”. Segundo sua percepção, o crime mais praticado na cidade é o homicídio. “As pessoas estão matando a própria família para roubar e se drogar e toda essa violência é praticada pelas pessoas que já moram aqui...”  Miguel considera que uma das ações para sanar essa problemática seria a implantação de  projetos sociais e de lazer para a população.
 Sobre a Lei 12463/2011, o entrevistado diz ser contra, pois considera que ao invés de diminuir a violência ela aumenta a violência. “Em minha opinião isso é mais uma forma das autoridades adquirirem dinheiro, pois se uma pessoa mata outra, pode ser liberada mediante o pagamento de fiança, sendo assim um incentivo para o crime. O país esta precisando é de mais policiais para proteger a população”, finaliza Miguel.



Jordana Célia S. Pimentel 
Já segundo a entrevistada Jordana, “a obra de Belo Monte contribuiu para o aumento da violência em Altamira, pois a mesma não estava preparada para receber essa quantidade de pessoas.  A tendência é o aumento da violência, pois não temos infra-estrutura, o que favorece o desemprego e conseqüentemente o aumento da violência”. Jordana avalia que “muitas pessoas pensavam que iriam ser criadas boas oportunidades de emprego”, mas que isso não ocorreu pois, “as empresas estão trazendo pessoas de fora”.
Quando questionada sobre a Lei, a entrevistada diz ser “totalmente contra”. Segundo ela, aquelas pessoas que cometem os delitos muitas vezes pagam a fiança com o próprio dinheiro oriundo desses delitos como o roubo.

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